INTRODUÇÃO: Os fungos, os mais numerosos causadores de doenças em plantas, podem infectar raízes, coroa, folhas, flores e frutos da cultura. Diante disso, é essencial quantificar as doenças incidentes nas diversas partes do hospedeiro, identificar os patógenos envolvidos e, a partir disto, indicar medidas de controle pertinentes visando diminuir os danos. Com relação ao morangueiro (Fragaria x ananassa), a vida pós-colheita dos frutos é limitada devido à ação de patógenos, prejudicando a qualidade destes antes mesmo de chegarem ao consumidor. – OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo avaliar a incidência de doenças, no período pós-colheita, em frutos de morangueiro da cultivar San Andreas produzidos na Fazenda Experimental Gralha Azul, município de Fazenda Rio Grande, PR. – MATERIAIS E MÉTODO: Os frutos foram provenientes do Setor de Olericultura da Fazenda, coletados entre os meses de outubro de 2021 a abril de 2022. Após as coletas, estes foram encaminhados ao laboratório de Fitopatologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba, PR, para as análises. Os frutos foram acomodados em bandejas plásticas, mantidas abertas, às quais foram postas em prateleiras em uma sala reservada e sem circulação de pessoas, no ambiente do laboratório. No local estes foram mantidos à temperatura ambiente, que foi em torno de 19,6°C. No segundo, quarto e sétimo dias após a colheita, foram realizadas as avaliações da incidência de doenças. Além da avaliação visual, utilizou-se o microscópio estereoscópico (lupa) e microscópio óptico para auxiliar na visualização das estruturas fúngicas e na consequente identificação dos patógenos. – RESULTADOS: Durante as análises, constatou-se a incidência de quatro patógenos fúngicos, entre estes Rhizopus solonifer, Botrytis cinerea, Cladosporium sp. e Mucor spp., sendo o fungo de maior incidência o R. stolonifer, causador da Podridão Mole. O fungo B. cinerea, agente causal do Mofo Cinzento, também se manifestou expressivamente durante o período das avaliações. O Cladosporium sp. agente causal da doença denominada Mancha de Cladosporium e o Mucor spp., outro patógeno responsável pela Podridão Mole dos frutos, expressaram-se em menores proporções. Os patógenos identificados são responsáveis por danos significativos desde a pré até a pós-colheita. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se enfatizar com este trabalho, a importância de se adotar medidas de controle para diminuir a incidência de patógenos na produção, tais como recobrir o solo com plástico, adoção de novas formas de produção, como a suspensa em slabs, associada à irrigação por gotejamento, eliminação dos restos de cultura, retirada de frutos infectados, aplicação de fungicidas e medidas de controle físico, como refrigeração, que auxilia a prolongar a viabilidade dos frutos para o consumo.