INTRODUÇÃO: O objetivo da presente pesquisa foi examinar algumas das máximas encontradas no processo de desenvolvimento das relações internacionais entre Brasil e Itália, no período que compreende a Primeira República. Dando ênfase ao papel do movimento migratório ocorrido ao longo do século XIX e XX, bem como colocando em voga a presença da coletividade italiana estabelecida em solo brasileiro, e sua participação no desenrolar da diplomacia entre estes dois países. – OBJETIVOS: Identificar de que modo a imigração italiana contribuiu para o desenvolvimento das relações entre o Brasil e a Itália durante a Primeira República (1889-1930). Perpassando ao longo da análise desde os últimos anos do Império Brasileiro, que coincide para com o estabelecimento do Reino da Itália, trabalhando a implementação da República Velha e colocando a frente as novas perspectivas da política externa nacional. Alcançando, deste modo, por fim, a Era Fascista, e expondo os enlaces e desenrolares propagandísticos das novas políticas externas independentes das redes partidárias italianas dentro do território nacional. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizadas fontes primárias referentes às relações entre Brasil e Itália, assim como foi consultada a produção historiográfica sobre imigração italiana no Brasil e sobre as relações diplomáticas e econômicas entre o Brasil e Itália. Do ponto de vista teórico-metodológico buscou-se abarcar o escopo teórico-metodológico exposto na teoria das Forças Profundas, desenvolvida por Pierre Renouvin e Jean-Baptiste Duroselle, assim como os fundamentos historiográficos desenvolvidos por Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno. – RESULTADOS: A imigração italiana atingiu plenamente os objetivos do ponto de vista do Brasil, que seriam o de angariar mão de obra para as atividades agrícolas e para a nascente indústria brasileira, assim como também produziu empreendedores em diferentes esferas da economia, cultura e política no Brasil. Também atendeu a demanda de povoadores para as áreas pouco ocupadas do Sul e Sudeste do Brasil, assim como criar uma classe média consumidora. Na perspectiva italiana, os objetivos foram parcialmente atendidos, pois ofereceu lugar para emigração de população excedente e abriu apenas parcialmente o mercado brasileiro para os produtos italianos. Também politicamente, os imigrantes italianos se mostraram pouco inclinados a apoiar os interesses imperialistas da Itália, optando, em sua maioria, a uma integração rápida na nova pátria. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho possibilitou ampliar ampliar a pesquisa sobre o papel da imigração italiana na construção da sociedade brasileira, assim como para compreender o papel da diplomacia e das relações ítalo-brasileiras na inserção internacional do Brasil.