INTRODUÇÃO: Os indivíduos improdutivos, por não se assimilarem à ordem estabelecida, são com frequência excluídos da sociedade, sendo marginalizados e isolados, considerados ameaças à população. A atuação do Estado, especialmente em relação aos fugiados, é de isolar e excluir esses indivíduos anormais, encarcerando-os e rejeitando a garantia de seus direitos. Todos os grupos marginalizados foram encarcerados em um mesmo sistema, sob a mesma estratégia de exclusão. Os hospitais durante muito tempo foram locais de cárcere, punições e repressões, havendo a reconfiguração desse sistema excludente na contemporaneidade. A reconfiguração da posição de anormal na sociedade, antes ocupada pelo louco, é analisada na pesquisa, sob a ótica de Foucault e demais pensadores. – OBJETIVOS: A pesquisa tem o intuito de investigar como os governos se impõem diante da ameaça da desordem social que apresenta riscos à sociedade, bem como investigar as novas configurações contemporâneas dos indivíduos considerados improdutivos, sendo esses os loucos e refugiados. Além disso, busca mostrar que, no entendimento de Foucault, sem a suposição de uma desordem social, não seria possível um governo, considerando sua atuação na regulação da ordem desejada e da desordem permitida. – MATERIAIS E MÉTODO: O método utilizado foi de pesquisa bibliográfica, contando com leituras e fichamento de textos indicados para o projeto. Foram feitas leituras e análises em textos fundamentais para o pensamento de Michel Foucault, sendo articulados à obras de pensadores contemporâneos inspirados em Foucault. – RESULTADOS: Na análise das ações de exclusão, a partir da regulação da ordem e desordem, a figura do louco e do refugiado são vistas como ameaças e, por esse motivo, são levados à exclusão e condenados à vulnerabilidade. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: No mundo contemporâneo o refugiado é, então, aquele que é incluso nos aspectos legais apenas através da sua exclusão, ele não tem valor político e sua vida é considerada apenas no aspecto biológico e sua proteção no aspecto humanitário, sem que sejam consideradas leis que o protegem.