INTRODUÇÃO: A questão do sofrimento e da angústia são trans temporais, permeiam a história – inclusive a bíblica — e, certamente, também interpelam o homem contemporâneo. O Salmo 88 desponta como um dos mais tristes do saltério, explorando temas fundamentais para o ser humano de todos os tempos: morte e sofrimento. É um salmo notável que causa fascínio e perplexidade pela linguagem extremamente forte na forma com que lida com Deus. – OBJETIVOS: O objetivo da presente pesquisa foi analisar a dimensão socioantropológica do Salmo 88, enfocando o sofrimento humano em diálogo com Kierkegaard. Podemos definir como objetivos específicos. Concomitantemente, visa também contribuir para a discussão do sofrimento humano como dimensão antropológica que abre caminho para alcançar a liberdade à cura da fé. – MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa foi de cunho qualitativa quanto à abordagem, básica quanto à natureza, descritiva quanto aos objetivos e exploratória quanto aos procedimentos O método de análise textual utilizado foi a abordagem socioantropológica da Bíblia. – RESULTADOS: Ressaltamos a relevância da ótica do horizonte socioantropológico do salmo 88, cujo eixo central se depara com a morte social. As causas e consequências do sofrimento são derivadas do trabalho cooperativo humano, e toda luta contra a necessidade do sofrimento envolve ainda mais o meio. Visto que o sofrimento ocorre na reciprocidade com o meio, não pode ser indiferente onde e quando alguém sofre. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, a liberdade presume-se às possibilidades, escolhas a serem feitas, e as possibilidades geram angústia, seja porque estão escassas, ou, no outro extremo, porque existe um número muito grande de opções. Por meio da angústia também a possibilidade culmina na liberdade.