INTRODUÇÃO: A técnica de cultura de tecidos de planta, ou micropropagação, se baseia no cultivo in vitro de espécies vegetais (explantes de tecidos), em casos em que o plantio tradicional não é eficaz ou suficiente. Para isso, polissacarídeos são utilizados como agentes espessantes, visando aumentar a viscosidade do meio de cultivo sólido ou semissólido; atualmente, o ágar é o mais comum. No entanto, este se trata da parte mais cara do processo, tornando necessário a busca por biopolímeros alternativos mais baratos e igualmente eficientes. Nesse contexto, algumas galactomananas já foram testadas, como a goma guar e o amido de mandioca. – OBJETIVOS: No presente trabalho, buscou-se avaliar a competência da goma de alfarroba (Ceratonia siliqua L.) como substituto parcial do ágar. Dentre os objetivos do trabalho, cita-se aplicar a mistura de ágar e alfarroba em um cultivo e avaliar a multiplicação de brotos e enraizamentos nele presentes. – MATERIAIS E MÉTODO: Explantes de fisális (Physalis angulata) obtidas a partir de germinação de sementes com 40 dias foram colocados em frascos com meio MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962), de acordo com os seguintes tratamentos: M1: ágar (6 g.L-1) sem fitorreguladores, M2: ágar (6 g.L-1) + BAP (1 mg.L-1), M3: ágar (3 g.L-1) + alfarroba (3 g.L-1) sem fitorreguladores, M4: ágar (3 g.L-1) + alfarroba (3 g.L-1) + BAP (1 mg.L-1). Para os testes foram utilizadas 3 unidades experimentais com 6 explantes cada. Além disso, amostras de meios foram submetidas a testes de reologia em viscosímetro Brookfield, modelo RVF, utilizando spindle número 2, a uma velocidade de 10 rpm e difusão de azul de metileno, buscando avaliar a interação da galactomanana de alfarroba com o ágar. – RESULTADOS: Os resultados apontaram que o meio modificado M3: ágar (3 g.L-1) + alfarroba (3 g.L-1) sem fitorreguladores apresentou os melhores resultados em termos de enraizamento em relação aos outros meios testados. Analogamente, o mesmo meio obteve o melhor desempenho em termos de viscosidade e difusão de azul de metileno. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados obtidos mostram que a goma de alfarroba pode ser usada em combinação com o ágar em meios de cultura in vitro como agente geleificante sem efeitos negativos no material da planta e com redução de custos.