INTRODUÇÃO: O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de amendoim do mundo, alcançando a produção de 512,9 mil toneladas dessa leguminosa. Cabe levantar uma questão diante desse fato: onde são destinadas as cascas de amendoim, os resíduos celulósicos dessa grande produção? Alicerce a essa informação, a alta demanda que a celulose apresenta no cenário atual e mundial, devido às suas grandes utilidades na indústria de diversas áreas, percebe-se com a junção desses dados, que é possível realizar a extração de celulose a partir da casca de amendoim para o uso em diferentes aplicações. – OBJETIVOS: O presente estudo tem como objetivo desenvolver e caracterizar membranas obtidas a partir de resíduo celulósico do amendoim. – MATERIAIS E MÉTODO: Para a obtenção da farinha, a casca de amendoim foi submetida a tratamento mecânico em moinho até pó fino. Na sequência a farinha foi purificada utilizando primeiramente hidróxido de sódio 2% (m/m), por 6 horas e aquecida até 80°C, sob agitação mecânica constante e, após em uma mistura de partes iguais de tampão acetato (27 g de NaOH + 75ml de ácido acético glacial/litro) e clorito de sódio (1,7% m/m). Na sequência a amostra foi filtrada e colocado em estufa, a 40°C, por 24 horas, para secagem. A partir desse material foram produzidas as membranas pela técnica de secagem por evaporação do solvente (casting). As membranas obtidas foram submetidas a avaliação visual, teste de estabilidade em água e cloreto de sódio 0,1 molar, e medidas de espessura. – RESULTADOS: As membranas obtidas apresentaram características diferentes, de acordo com as etapas utilizadas para a purificação da celulose. As amostras que foram submetidas somente ao tratamento com hidróxido de sódio 2% se apresentaram mais rugosas, ásperas e com uma espessura variando entre 1,52 e 1,94 mm. Além disso, uma cor mais escurecida e mais frágeis ao tato do que aquelas que foram submetidas a uma etapa secundária de purificação com tampão acetato, que apresentaram uma coloração mais esbranquiçada e com uma espessura, em média, variando entre 1,22 e 1,43 mm. Todas as membranas testadas apresentaram estabilidade à pelo menos um mês em água e solução salina. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que é possível a obtenção de celulose a partir de casca de amendoim com propriedades promissoras para diferentes aplicações.