Logo PUCPR

RACISMO, SEXISMO E ALGORITMOS DE OPRESSÃO

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os algoritmos buscam fazer uma predição baseada em estatísticas do passado a partir de instruções lógicas. Pela capacidade de economizar recursos, gerenciar processos e otimizar decisões são cada vez mais usados por empresas e governos. Desse modo, “é um instrumento utilizado para se atingir objetivos específicos, em menor tempo, liberando o ser humano da realização de atividades repetitivas”. (LUCENA, 2019) Nesse contexto, os resultados a serem atingidos na pesquisa visam demonstrar como esses preconceitos se concretizam na prática, baseado em dados coletados no cotidiano do uso dos algoritmos, evidenciando como se perpetuam relações de racismo. Assim, a questão norteadora da pesquisa é entender e identificar como esses algoritmos reproduzem racismos em plataformas sociais tais quais Google, Instagram e Twitter. A hipótese é que, ao se testar palavras-chave como “homem negro; homem branco; mulher negra; mulher brasileira; empresário; criminoso; cabelo feio; cabelo bonito”, poderão ser encontrados algoritmos enviesados e resultados que colocam em evidência racismo algorítmico. – OBJETIVOS: Identificar e analisar como os algoritmos e plataformas digitais produzem e reproduzem padrões racistas em três das plataformas: Google, Instagram e Twitter. Os objetivos específicos são: 1. Mapear os problemas e questões polêmicas em torno da reprodução e reforço de padrões racistas através dos algoritmos. 2. Analisar o sistema racista que hierarquiza as relações trabalhistas, resultando na ausência de negros nos espaços tecnológicos. 3. Analisar como as novas tecnologias podem fragilizar direitos sociais da população negra e reproduzir sequelas na sociedade brasileira. 4. Analisar a utilização dos instrumentos digitais na criminalidade brasileira, acentuando seu caráter seletivo e expondo a vigilância negra. – MATERIAIS E MÉTODO: Para realização da pesquisa, foi feita uma revisão de literatura a partir das palavras-chave: teoria racial crítica, racismo algorítmico, afrofuturismo e preconceito na comunicação digital. A busca se iniciou em agosto de 2021 e foi feita até 01 de agosto de 2022. Foram incluídas na pesquisa todos os artigos científicos que tratavam sobre o tema, excluindo aqueles que ainda estavam em processo de publicação. As plataformas de dados usadas foram Scielo, Capes e BVS. Além disso, as plataformas digitais Google, Instagram e Twitter foram usadas para analisar o racismo dos algoritmos, através da busca das palavras-chave “homem negro”, “homem branco”, “mulher negra”, “criminoso”, “empresário”, “cabelo feio” e “cabelo bonito”. – RESULTADOS: Ao fazer buscas de palavras-chaves no Google, Twitter e Instagram, diversas manifestações de racismo puderam ser observadas. Dentre elas, pode-se mencionar como as palavras “homem negro” remeterem a indivíduos envolvidos em crimes tanto no Google como no Twitter; ou a busca por “mulher brasileira” não apresentar resultados de mulheres negras no Instagram. Ainda nessa plataforma, ao pesquisar por “cabelo bonito”, apenas cabelos lisos apareceram nas imagens. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com isso, foi possível evidenciar que os algoritmos estão longe de ter neutralidade tecnológica, reproduzindo a realidade vivenciada pela população negra no mundo não digital. É preciso, assim, que se criem mecanismos que eliminem o preconceito racial do mundo virtual e façam com que o racismo não seja perpetuado, de modo que os algoritmos não se tornem uma nova ferramenta de perseguição e opressão da população negra.

PALAVRAS-CHAVE:

racismo; algoritmos; plataformas digitais; padrões racistas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Sessão E-Pôster:
(P1.4.8) Sessão Pôster: PIBIC – Ciências Sociais Aplicadas (P.4) : 25/10 – 12h00 – 12h30 – Hall – Bloco Verde B01
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica com recursos do CNPq
Legendas:
  1. Estudante;
  2. Orientador;
  3. Colaboradores.

Compartilhe

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email