INTRODUÇÃO: A formação para o desenvolvimento de competências está sendo priorizada em diversos cursos de graduação, seja para cumprir determinações legais ou por concepções educacionais. Isso vem ocorrendo também no curso de Direito investigado nesta pesquisa, o qual passou por alterações sendo em 2019 implantada a matriz curricular por competências. É imprescindível que ocorra o acompanhamento de todo processo evolutivo de um curso e a avaliação pelos professores que estiveram ou ainda estão diretamente envolvidos nele pode trazer elementos importantes. – OBJETIVOS: Avaliar as competências a serem desenvolvidas nos estudantes de um Curso de Direito, descritas em sua matriz curricular, considerando a percepção de seus professores e ex-professores. – MATERIAIS E MÉTODO: A investigação foi iniciada com pesquisa bibliográfica e documental, seguida de uma pesquisa Survey. Para esta última foi enviado um link de um questionário online a todos os 21 professores e ex-professores bacharéis em Direito do curso investigado. Os resultados das questões objetivas foram organizados em gráficos, quadros e tabelas. Já as respostas das questões discursivas foram organizadas elencando-se categorias por meio de processo semântico, de acordo com Bardin (2011). Por fim, foi realizada uma análise comparativa entre os dados obtidos com os docentes investigados, as competências elencadas nos documentos do curso objeto dessa pesquisa e as definidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Direito. – RESULTADOS: Dentre os professores contatados, 11 responderam ao questionário, sendo que apenas um deles exerce outra função jurídica além da advocacia e da docência. A maioria (73%) avaliou a qualidade do curso investigado como boa ou excelente e 27% como média ou fraca. Apenas 45,45% consideraram como excelente o seu conhecimento das competências do curso. Sobre a importância das competências, atribuíram as maiores notas para: “agir de forma ética” e “argumentar de forma escrita com fundamentação jurídica”. Por outro lado, atribuíram as menores notas a: “liderar equipes e ser empreendedor”. Também, os respondentes consideraram que o curso está desenvolvendo muito bem: “interpretar o ordenamento jurídico e articular dados com as normas jurídicas”. E não estão sendo desenvolvidas a contento: “ser criativo e inovador” e “ser empreendedor”. A qualificação dos professores e a formação integral dos estudantes foram os fatores mais citados como de excelência para um curso. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os participantes da pesquisa indicaram diversos aspectos ligados ao saber-ser e ao saber-fazer como importantes para o profissional do Direito, sendo que as competências elencadas para o curso investigado abarcam quase que todos eles. Há alguns que ainda precisam de mais atenção, seja por terem sido indicados pelos docentes ou por estarem contemplados nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso, como a preparação para o uso de tecnologias no Direito, realização de práticas, a comunicação, a criatividade, inovação, empreendedorismo e o atendimento às demandas regionais.
