INTRODUÇÃO: Eventualmente, a COVID-19 pode se expressar clinicamente com quadro mais brandos, sob a forma de infecção de vias aéreas superiores, mas também pode se apresentar por formas mais graves, tais como comprometimento de vias aéreas inferiores, sepse e complicações desses estados clínicos. Por mais que houve avanços da ciência ao longo da pandemia com os esquemas de vacinação e início da utilização de antivirais, novas variantes vêm surgindo e ainda desafiam as equipes de saúde na recuperação do doente. O hemograma é um exame barato e aplicado praticamente a todos pacientes graves para uma série de tomadas de decisões clínicas. Uma vez que informações contidas nesse exame podem ter a função de preditores, há a possibilidade de ajudar condutas frente ao atendimento a esse doente. Dentre essas informações está o Distribuição da Amplitude das Hemácias, o RDW, medida objetiva da anisocitose, uma condição que pode estar presente em quadros que estimulam a eritropoiese. Em condições infecciosas há uma dinâmica que provoca um quadro de anemia, em determinado momento, em decorrência de quadro de hipóxia, pode haver uma necessidade de mais hemácias. No hemograma, esses dois cenários se apresentariam como uma anemia normocítica e normocrômica e uma intensa atividade do RDW. – OBJETIVOS: Propor que o RDW pode ser utilizado como preditor para desfecho de intubação orotraqueal e óbito, assim como demonstrar que a anemia do processo infeccioso faz parte do quadro grave da COVID-19. – MATERIAIS E MÉTODO: Foram coletados informações clínicas, exames laboratoriais e hemogramas na admissão, necessidade de UTI e desfecho de n=1456 pacientes no período de março de 2020 a setembro de 2021. Serão aplicados métodos estatísticos para se concluir as suspeitas clínicas. – RESULTADOS: Até o momento o trabalho se concentrou na coleta de dados e na descritiva dos dados, o próximo passo será averiguar as correlações do hemograma com as suspeitas observadas. Serão confirmadas as suspeitas que obtiverem resultado estatisticamente relevantes. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Caso os dados confirmem a hipótese, o RDW contido no hemograma pode vir a ser um auxiliar em condutas a beira leito em pacientes com COVID-19 e uma vez mostrada a anemia induzida pelo estado inflamatório, haverá mais indícios de que o grave anêmico contribui de maneira sinérgica para a deterioração clínica do paciente COVID-19 grave.