INTRODUÇÃO: Apesar da importância da educação para com a sociedade, a trajetória dos alunos do ensino superior no Brasil é atravessada por muitas dificuldades, que vão desde o acesso até permanência. Deve-se ressaltar que tal problemática se intensifica quando o estudante é oriundo da classe popular, uma vez que este não possui o mesmo acesso aos bens econômicos, sociais, culturais e tecnológicos que alunos, com melhores condições financeiras, no mesmo nível de ensino. Com a COVID-19 e a suspensão das aulas presenciais, a desigualdade na educação superior brasileira ficou cada vez mais perceptível e a pandemia evidenciou a dificuldade enfrentada pelos estudantes em situação de vulnerabilidade social nas universidade públicas e privadas, que já vinham de uma estrutura deficitária e que não receberam o suporte necessário para garantir o seu sucesso acadêmico. – OBJETIVOS: Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo analisar os impasses que estes estudantes, das camadas populares, enfrentam no ensino superior e quais os impactos das políticas de assistência estudantil na permanência destes alunos. – MATERIAIS E MÉTODO: Com intuito de compreender os pontos mencionados, foi feito um estudo bibliográfico nas principais plataformas acadêmicas com a finalidade de mapear a bibliografia já publicada sobre o tema e fazer um levantamento dos dados secundários disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC), Instituto de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Dentre os autores que foram estudados, estão Sobrinho (2013), Jacob (2014), Cerdeira (2019) e Costa (2010). – RESULTADOS: A pesquisa demonstrou que os estudantes de baixa renda de universidades públicas e privadas, enfrentam dificuldades para conclusão de seu curso de graduação e que a pandemia pode se tornar uma fonte de ampliação da desigualdade educacional no futuro, criando desvantagens significativas entre aqueles com capital econômico, cultural e social mais escasso. – CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, o estudo traz uma reflexão sobre a importância da ampliação da assistência estudantil, para uma educação com menos entraves e estruturada para que o aluno independente de sua condição socioeconômica tenha a capacidade de concluir a sua formação. Aliado aos efeitos negativos causados pela pandemia, os cortes desenfreados na educação prejudicaram tanto as políticas de acesso às universidades, por meio do Enem, SiSU, ProUni e FIES, quanto às políticas destinadas a garantia da permanência através do Bolsa Permanência, do Pnaes e do Pnaest. O sucateamento do ensino superior, principalmente em instituições estaduais e federais, também levantou o debate sobre a educação elitizada e destinada para poucos.